OEA SUGERE POSSÍVEL LEGALIZAÇÃO DA MACONHA NAS AMÉRICAS
Um
relatório sobre drogas divulgado pela Organização dos Estados Americanos (OEA),
divulgado na noite de sexta-feira (17) na Colômbia, sugere a possibilidade da
legalização da maconha no continente americano.
O
documento é o primeiro de uma organização multilateral a admitir a
possibilidade de legalização.
A OEA reúne os 35 Estados independentes das
Américas.
O
relatório foi entregue pelo secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel
Insulza, ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anfitrião da Sexta
Cúpula das Américas, realizada no ano passado, quando se encomendou o relatório
para analisar a chamada "guerra às drogas".
O
estudo da organização concluiu que a questão do uso de drogas deveria ser
tratada primordialmente como uma questão de saúde pública e que os usuários
deveriam ser tratados como doentes, não processados criminalmente.
O
documento também destaca as grandes somas de dinheiro que poderiam ser poupadas
pelos governos com a reavaliação da guerra às drogas.
Apesar
disso, o relatório diz que não há apoio suficiente entre os países membros da
OEA para a legalização das drogas ilícitas consideradas mais sérias, como
cocaína e heroína.
Discussões
políticas
"O
relatório que a OEA nos entregou hoje é uma peça importante para a construção de
um caminho que nos permita enfrentar esse problema", afirmou o presidente
colombiano, um dos principais defensores de mudanças na guerra às drogas.
"Agora que o trabalho real começa, que é a discussão (do relatório) no
nível político", disse.
"Vamos
deixar claro que ninguém aqui está defendendo nenhuma posição, nem legalização,
nem regulação, nem guerra a qualquer custo. O que precisamos fazer é usar
estudos sérios e bem considerados como esse que a OEA nos apresentou hoje para
buscar melhores soluções", disse.
Insulza,
por sua vez, disse que o objetivo do relatório era "não esconder
nada" e mostrar como o problema das drogas "afeta cada país e região,
o volume de dinheiro que as drogas fazem circular e quem se beneficia dele,
mostrar como as drogas corroem a organização social, a saúde pública, a
qualidade do governo e até mesmo a democracia".
O
relatório chama a atenção para o fato de que as Américas são a única região do
mundo na qual todas as etapas relacionadas às drogas estão presentes: cultivo,
produção, distribuição e consumo.
Além
disso, indica o documento, a região concentra aproximadamente 45% dos usuários
de cocaína do mundo, cerca de 50% dos usuários de heroína e um quarto dos
consumidores de maconha.
O
consumo de drogas no continente gera, segundo a OEA, US$ 151 bilhões anuais
somente com a venda do produto.
"A
relação entre as drogas e a violência é uma das muitas causas de temor entre
nossos cidadãos e contribui para tornar a segurança uma das questões mais
preocupantes para os cidadãos de todo o hemisfério", afirmou Insulza.
"Esta situação precisa ser enfrentada com maior realismo e efetividade se
quisermos avançar", disse.
FONTE: Nominuto.com
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