PAPA FRANCISCO DIZ Á 9.000 JOVENS ESTUDANTES QUE NÃO QUERIA SER PAPA
O
papa Francisco brincou nesta sexta-feira (7) com as dificuldades para ser
pontífice e diante de 9.000 estudantes de colégios jesuítas da Itália e da
Albânia reunidos no Vaticano admitiu com franqueza que não queria ser Papa.
"Uma
pessoa que quer ser Papa não gosta realmente de si mesma. Eu não queria ser
Papa", afirmou o pontífice rindo em resposta à pergunta de um aluno sobre
se havia aspirado ao trono de Pedro. Durante
o caloroso e informal encontro, realizado na sala Paulo VI do Vaticano, o primeiro
Papa jesuíta da história respondeu com simplicidade e tom familiar às perguntas
de estudantes de todas as idades, convocando-os a ser livres, disse.
"Não
temam ir contra a corrente", afirmou Francisco após mencionar os valores
fundamentais para um jesuíta: "liberdade e serviço".
"Liberdade
quer dizer saber refletir sobre o que fazemos, saber avaliar o que é ruim e o
que é bom e saber que as condutas que nos fazem crescer são sempre as boas. Nós
somos livres para o bem", explicou.
Interrogado
sobre as razões pelas quais rejeita viver no luxuoso apartamento papal do
Palácio Apostólico dentro do Vaticano, o Papa argentino respondeu primeiro
brincando: "por razões psiquiátricas", comentou.
"É
um problema de personalidade, preciso viver rodeado de gente, não posso viver
só", confessou com um sorriso simpático.
Diante
dos estudantes e de personalidades graduadas nas prestigiadas instituições
educacionais dos jesuítas, Francisco denunciou as estruturas econômicas
injustas que convertem os homens em escravos e convidou os católicos a se
comprometerem com a política, "uma das formas mais elevadas de caridade,
porque busca o bem comum", explicou.
"O
mundo inteiro está em crise", afirmou ao ressaltar que se trata,
"principalmente, de uma crise de valores", disse.
"Hoje
em dia a pessoa em si não conta, o que conta é o dinheiro", insistiu, ao
criticar "a riqueza, a vaidade, o orgulho".
"É
preciso se libertar das estruturas econômicas e sociais que nos transformam em
escravos", repetiu.
Francisco
também esclareceu que, para os cristãos, participar da vida política "é
uma obrigação, porque não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos".
"Não
é fácil porque o mundo da política é muito sujo", comentou.
FONTE:
Da France Presse
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