EM MENSAGEM DE PÁSCOA PAPA FRANCISCO PEDE PAZ NAS COREIAS E NA SÍRIA
O
Papa Francisco pediu neste domingo (31), em sua mensagem de Páscoa, que as
divergências entre as duas Coreias sejam superadas e que uma "solução
política" seja encontrada para o conflito interno na Síria.
Na
maior festa do cristianismo, Francisco pediu aos fiéis católicos que
transformem "a morte em vida, o ódio em amor, a vingança em perdão, a
guerra em paz".
O
pontífice, que respeitou o texto preparado e falou apenas em italiano, condenou
os "que buscam lucros fáceis" e o "egoísmo que ameaça a vida
humana e a família".
Ele
pediu uma solução política para a crise síria, onde "muitos refugiados
estão esperando ajuda e consolo".
"Quanto
sangue derramado! E quanta dor há de ser causada ainda (na Síria), antes que se
consiga encontrar uma solução política para a crise?", perguntou, em
referência à guerra civil síria, que já deixou mais de 70 mil mortos, segundo a
ONU, e gerou uma crise humanitária com mais de um milhão de refugiados fugindo
para os países vizinhos.
Ao
falar da Ásia, pediu para que sejam superadas as divergências na península
coreana e que "amadureça um renovado espírito de reconciliação".
"Paz
a esta Terra nossa. Que Jesus ressuscitado traga consolo aos que são vítimas de
calamidades naturais e nos torne custódios responsáveis pela criação."
Nas
últimas semanas, a retórica de guerra entre a Coreia do Norte e seus rivais
Coreia do Sul e Estados Unidos aumentou, gerando temor de um confronto militar
na região.
Tráfico
de drogas e de pessoas
O
pontífice argentino também condenou o tráfico de drogas e o de pessoas.
"Paz
a todo o mundo, ainda tão dividido pela cobiça", disse o Papa no balcão da
Basílica de São Pedro, após denunciar "a violência ligada ao tráfico da
droga e a exploração iníqua dos recursos naturais", além do "tráfico
de pessoas, a maior escrevidão do século 21".
Francisco
também pediu que israelenses e palestinos retomem as negociações de paz no
Oriente Médio, "com determinação e disponibilidade, a fim de pôr fim a um
conflito que já dura tempo demais".
O
pontífice lembrou ainda da África, especialmente da República do Mali,
"para que volte a encontrar unidade e estabilidade", e da Nigéria,
"onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida
de tantos inocentes".
250
mil fiéis
Cerca
de 250 mil fiéis assistiram à Missa do Domingo da Ressureição, na Praça de São
Pedro, segundo o Vaticano.
Antes
de pronunciar a mensagem, o Papa cumprimentou um por um os cardeais presentes e
percorreu no papamóvel descoberto o recinto vaticano, adornado com 40 mil
flores provenientes da Holanda, que transformaram a praça em um jardim.
Francisco
cumprimentou os presentes e de novo beijou várias crianças. Uma delas, afetada
por uma doença incurável, foi beijada e abraçada com mais intensidade.
O
Papa Francisco saúda os fiéis neste domingo (31) na Praça de São Pedro, no
Vaticano
O
Papa foi recebido com "vivas" e bandeiras pelos milhares de
presentes, muitos deles argentinos, que agitavam a bandeira de seu país natal.
O
Papa, de 76 anos, rezou a missa sozinho, embora tenha sido ajudado pelos
cardeais Angelo Comastri e Raffaele Farina.
Na
missa não houve homilia, já que o Papa a pronunciou durante a Vigília Pascal
realizada na noite da véspera na Basílica de São Pedro.
Como
ocorre desde o ano 2000, quando se recuperou uma tradição perdida há 800 anos,
no altar foi colocado o ícone do Santíssimo Salvador conhecido como
"Acheropita" (que significa não pintado por mãos humanas).
Trata-se
de uma das imagens mais veneradas da cristandade e que se conserva na capela
Sancta Santorum, localizada no prédio anexo à Basílica de São João de Latrão,
onde se guarda a Escada Santa pela qual segundo a tradição Jesus subiu durante
sua paixão.
Antes
de começar a missa, Francisco orou alguns minutos perante o ícone do Santíssimo
Salvador.
A
Mensagem Pascal dá fim aos ritos da Semana Santa, a primeira do Papa argentino,
que nesta segunda voltará à Praça de São Pedro para rezar ao meio-dia o Regina
Coeli, que substitui o Angelus no tempo da Páscoa.
O
Papa deve permanecer no Vaticano após os
ritos da Semana Santa.
FONTE:
G1 São Paulo