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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

MORADORES SOFREM COM A FALTA DE ÁGUA NO ASSENTAMENTO URSULINA ZONA RURAL DE CARAÚBAS/RN



Sol forte, 38 graus, pouco vento, terra seca e sem água. O cenário pode ser descrito como de muitas cidades do interior do Nordeste, exceto pelo detalhe de que a falta de água não é apenas nas plantações, a condição está presente em todas as casas do assentamento Ursulina, distante 18 quilômetros do centro do município de Caraúbas, região do Médio Oeste do Rio Grande do Norte.
O que parece uma realidade corriqueira, um ato simples, diário como escovar os dentes e tomar banho, se torna um sonho para as cerca de 50 famílias, o que representa aproximadamente 200 moradores do assentamento Ursulina, que não tem acesso a água nas torneiras e chuveiros de suas casas.
Diariamente os moradores do assentamento pacato precisam se deslocar de suas residências e recorrer ao poço coletivo situado no centro do vilarejo, para garantir os 200 litros diários permitidos a cada família para que sejam realizados os serviços básicos de suas residências, como lavar louças e banheiros.
Francisco Sales de Oliveira, de 41 anos, agricultor que mora no assentamento há 15 anos.

“Pegamos de cinco a seis galões por dia para usar em casa mesmo. Não temos como usar essa água na agricultura”, comentou Francisco Sales, de 41 anos.
A água disponível do poço coletivo é proveniente do abastecimento feito pela Força Nacional em parceira com o Governo do Estado, que é abastecida apenas uma vez por semana e os moradores chegam há ficar uma semana sem água.
O limite estipulado para cada família causa tristeza à população local. “Quando o carro-pipa chega vamos garantir nossa água para o dia, sem saber como vai ser o amanhã. A gente também paga R$ 70 em um carro-pipa no fim do mês para aliviar a situação”, explicou o agricultor Sebastião Gomes, de 54 anos.
Sebastião contou, ainda, que já chegou a se desesperar com a falta de água. “A gente espera o carro-pipa, mas tem dias que demora e bate um desespero, então enquanto ele não chega a gente conta com a solidariedade dos vizinhos. Um pede água aqui, outro ali e assim vamos sobrevivendo”.
E que é um sonho ter água em casa. “Meu sonho é tomar um banho de chuveiro e tenho fé que um dia a minha casa terá água nas torneiras e no banheiro. Por enquanto a gente espera, como sempre esperou e tem esperança que essa situação mude”, contou Sebastião Gomes Neto, de 54 anos que mora com a esposa e os 3 filhos.
Como a principal fonte de renda da população local é a agricultura, essa falta de água afeta diretamente a economia do assentamento e, por consequência, faz alguns filhos da terra deixarem suas famílias em busca de um futuro melhor.
“Alguns vão trabalhar com o corte de palha, outros trabalham em projetos pelo Centro, ou seja, saem daqui e vão desenvolver atividades em outras cidades da região e até a capital. Tem gente que foi para Tocantins e eu nem sei onde fica isso”, falou o presidente da Associação de Ursulina, Antônio Sinésio de Souza.
De encontro com o cenário descrito pelos outros moradores, a dona de casa Erisânia Dunga Xavier, mesmo em meio as dificuldade, ainda prefere cravar suas raízes no assentamento. “Eu sei que falta água, mas Deus vai mandar. Daqui eu não saio. Aqui a propriedade é nossa. Eu tenho minha casa, meus animais e minha família aqui. Não pretendo ir embora”, falou em meio aos gatos e cachorros que se espalhavam por toda a propriedade.
E, assim como dona Erisânia, talvez nenhum outro morador do assentamento precise sair de casa e ir para outras localidades. Isso porque o assentamento foi selecionado no edital um do projeto RN Sustentável, com investimento de R$ 175 mil, oriundos da parceira do Governo do Estado com o Banco Mundial, que visa à construção de um sistema que leve água encanada. “O poço será construído dentro da própria comunidade, levando água para todas as casas e possibilitando uma sobrevivência digna a essa população”, frisou a coordenadora do RN Sustentável, Ana Guedes.
Além das necessidades pessoais e de limpeza em casa, os moradores precisam de água para usar em pequenas plantações e alimentar animais como galinhas, usadas na alimentação e cavalos, meio de transporte dos moradores.

FONTE: NoMinuto.com

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