EM MOSSORÓ MARCHA DAS MULHERES REFORÇA LUTAS POR DIREITOS
O
movimento feminista realizou na manhã deste sábado, 7, a Marcha Mundial das
Mulheres. A mobilização percorreu as principais ruas do centro de Mossoró, em
alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo, 8, com a
participação de vários municípios. Apodi, Serra do Mel, Assu, Pendências e
Governador Dix-sept Rosado estiveram representados nesse movimento que
expressou a força feminina em busca dos direitos das mulheres e da
sociedade. A concentração aconteceu na
Praça Rodolfo Fernandes, popularmente conhecida como Praça do Pax.
Com
o tema “Corpos e territórios: resistências e alternativas das mulheres”, o
movimento evidenciou a ofensiva do capitalismo patriarcal como fator que gera
violência e o cerceamento dos direitos sobre os corpos das mulheres.
“A
sociedade considera que os corpos das mulheres podem ser apropriados pelo
Estado, mercado e pelos homens, mas os corpos são nossos. Infelizmente, temos
um modelo de capitalismo, onde o que importa é ter lucro, sem se importar com
as pessoas. Mas, nossa pauta requer um desenvolvimento que respeite o espaço
das mulheres”, disse Conceição Dantas, militante da Marcha Mundial das
Mulheres.
Questionada
sobre as conquistas e desigualdades no universo feminino, Conceição salientou
que houve avanços, mas destacou as barreiras a serem vencidas. “A sociedade é
dinâmica. Obtivemos conquistas, mas também retrocessos, como músicas agressivas
às mulheres e um Congresso conservador”, declarou.
O
movimento feminista também se opõe aos projetos das grandes obras que, segundo
o grupo, desestabilizam a vida de várias mulheres, como o Perímetro Irrigado
nas terras da Chapada do Apodi, especulação imobiliária em Tibau e na Costa
Branca, além de projetos de parques eólicos que ameaçariam o território da
Agricultura Familiar e pesca artesanal.
Outra
questão apontada pela militante é o mercado de água implantado por empresas que
passaram a comercializar esse recurso natural. “A questão da água é uma pauta
antiga e está vinculada à vida das mulheres, que, por exemplo, carregavam latas
de água na cabeça. O problema é que as empresas estão tomando conta da água. É
a privatização do setor”, enfatizou.
Para
Marília Andrade, também militante da marcha, o dia foi de comemoração das lutas
e causas defendidas pelas mulheres. “É a luta contra o machismo e o sexismo,
por um mundo menos desigual. A luta para que os direitos das mulheres não sejam
violados é diária”, disse.
Raimunda
Soares, secretária do Sindicato dos Empregados do Comércio de Mossoró (SECOM),
reforçou a o movimento contra o desrespeito. “Precisamos lutar contra os
assédios moral e sexual. Em Mossoró, já tivemos um denúncia de assédio sexual,
e a funcionária foi em busca de seus direitos. As mulheres devem denunciar. Não
podem se calar”, declarou.
Antônia
Juscilene, 34, se deslocou de Caraúbas para fortalecer a Marcha Mundial das
Mulheres. “As mulheres unidas são mais fortes na luta pelos nossos direitos.
Além disso, vejo a necessidade de as mulheres ocuparem cargos públicos, para
que possamos conquistar mais atenção das autoridades. Caraúbas, por exemplo,
nunca teve uma mulher como prefeita da cidade”, frisou.
FONTE: Gazeta do Oeste
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