TRABALHAR EM REGIME DE PLANTÃO PODE CAUSAR DOENÇAS CARDÍACAS
Profissionais
da área de saúde e segurança são alguns dos que cumprem turnos de 24 horas de
trabalho, uma jornada dura e que pode prejudicar a saúde, principalmente a do
coração. É o que mostram pesquisadores da Alemanha em um estudo divulgado no último dia 03 de Dezembro, na reunião anual da Sociedade Americana de Radiologia. Ao analisar um
grupo de pessoas antes e depois de elas realizarem expedientes do tipo, os
investigadores concluíram que ficar acordado por tanto tempo causa alterações
em hormônios e aumento da pressão arterial, condições de risco para
complicações cardíacas.
"Com
base em estudos anteriores, sabemos que a privação do sono está associada à
elevação da ativação simpática, o que significa um aumento da secreção do
hormônio do estresse, o cortisol, e da pressão arterial. Decidimos realizar um
estudo baseado em ressonância magnética cardíaca a fim de investigar os efeitos
da privação do sono no contexto do turno 24 horas, algo que ainda não havia
sido feito", detalha Daniel Kuetting, um dos autores e pesquisador do
Departamento de Radiologia Diagnóstica e Intervencionista da Universidade de
Bonn, na Alemanha.
Para
o experimento, os cientistas recrutaram 20 radiologistas saudáveis, 19 homens e
uma mulher, com 30 anos de idade em média. Cada um dos participantes foi
submetido a ressonância magnética cardiovascular antes e depois de cumprir um
turno de trabalho de 24 horas, com em média de três horas de sono. Os
pesquisadores também coletaram amostras de sangue e urina e mediram a pressão
arterial e a frequência cardíaca dos participantes.
Os
resultados acusaram alterações consideráveis no sistema cardíaco. "Pela
primeira vez, temos demonstrado que a privação de sono de curto prazo no
contexto de turnos de 24 horas pode levar a um aumento significativo nas
funções do corão, como a pressão arterial e frequência cardíaca", destaca
Kuetting. Os participantes também apresentaram aumentos consideráveis nos
níveis de hormônio estimulante da tireoide (TSH), hormônios tireoidianos FT3 e
FT4 e do cortisol, que contribuem para o aumento da pressão arterial.
Para
os investigadores, esses dados ajudam a entender melhor os danos que a privação
de sono provoca no organismo humano e ressaltam que os resultados são
transferíveis para outras profissões em que há a prática de períodos longos de
trabalho ininterrupto. "Sabemos que a privação crônica do sono pode levar
à hipertensão e aumentar a morbidade cardíaca global. Os resultados do presente
estudo podem ajudar a entender melhor como a carga de trabalho e a duração do
sono afetam a saúde pública", frisa Kuetting.
FONTE:
Diário de Pernambuco
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