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terça-feira, 17 de março de 2015

UNIDADES PRISIONAIS DE MOSSORÓ, CAICÓ, SÃO PAULO DO POTENGI E NÍSIA FLORESTA FORAM ALVOS DE DEPREDAÇÕES PELOS DETENTOS




Nesta terça-feira (17/03), quatro presos ficaram feridos e as celas de um pavilhão foram destruídas durante um motim na Penitenciária Agrícola Doutor Mário Negócio, em Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte. O vice-diretor do presídio, José Fernandes, informou que os homens foram feridos pelos próprios detentos da unidade. "Fizeram eles reféns, os espancaram e furaram com facas também", afirma.
Os presos espancados foram atendidos por ambulâncias e levados para o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró. Nenhum deles corre risco de morte, segundo o vice-diretor do presídio. A rebelião aconteceu no pavilhão 3, onde cerca de 200 homens estão encarcerados. "As celas foram destruídas, mas já iniciamos o conserto. Nos dois outros pavilhões está tudo normal", conclui.
Sobre o motivo da rebelião, o vice-diretor conta que os presos não falaram nada. "Sabemos que a ordem partiu de Natal, mas ninguém quis falar nada. Não fizeram nenhuma reivindicação", explica José Fernandes. A rebelião teve início às 11h30 e terminou cerca de uma hora depois.
Além da Penitenciária Agrícola Doutor Mário Negócio, presos também se amotinaram no Centro de Detenção Provisória de São Paulo do Potengi, na região Agreste; na Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó; e no Presídio Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta. 
Ao todo, onze unidades já foram alvos de rebeliões e depredações causadas por detentos.
Segundo direção da unidade, Pereirão teve todas as grades arrancadas das celas (Foto: Alex Alexandre/G1)

Reinvidicações

Uma TV e um ventilador em cada uma das celas, roupas e tênis para jogar bola na quadra e material de artesanato estão entre as reivindicações dos detentos do presídio estadual Rogério Coutinho, em Nísia Floresta, na Grande Natal. Os pedidos dos presos, que fazem uma série de rebeliões desde a semana passada, estão em uma carta obtida com exclusividade pelo G1.
Além da carta, detentos gravaram vídeos em que fazem uma série de exigências, como a saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas (veja abaixo). Esta é a maior unidade prisional do estado e apontada como foco do início das rebeliões.
A situação levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional.
A Secretaria de Segurança Pública afirma que "não vai negociar com preso". Segundo o Ministério Público, a população carcerária no Rio Grande do Norte é de aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado tem cerca de 4 mil vagas.
Em entrevista à Inter TV Cabugi, a secretária de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Kalina Leite Gonçalves, afirmou que não vai negociar com os presos. "O que o poder público tem que fazer é garantir os direitos constitucionais. Agora, nenhuma possibilidade de negociação com preso", disse ela.

Força Nacional

Homens da Força Nacional chegaram a Natal em um Hércules da FAB (Foto: Georgia Câmara)
Força Nacional chegaram a Natal em um Hércules da FAB (Foto: Georgia Câmara/PM)
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, falou pela primeira vez sobre a onda de ataques a ônibus e motins ocorridos nas penitenciárias do estado. Em entrevista coletiva na manhã desta terça, ele destacou o apoio recebido do governo federal, como o envio de homens da Força Nacional, e afirmou que, se necessário, haverá uso das Forças Armadas. Setenta e nove homens já desembarcaram em Natal para reforçar a segurança nas unidades prisionais.
A previsão, segundo a Secretaria de Segurança Pública, é que a tropa chegue a 200 militares ainda nesta semana. Contudo, há um acordo para que até 300 homens da Força Nacional atuem no Rio Grande do Norte. O pedido de reforço foi feito pelo governador Robinson Farias ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Calamidade

"O governo decretou estado de calamidade do sistema penitenciário. Isso significa que vamos trabalhar para a recuperação das instalações do sistema carcerário para poder atender as demandas dos apenados. Mas o governo não vai fazer nenhum tipo de concessão. Que fique bem clara a nossa posição. Vamos garantir os direitos dos apenados, mas sem fazer nenhum tipo de concessão ou barganha que venha a mudar a autoridade do governo de enfrentar a situação", afirmou o governador.

FONTE: G1 RN.

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