CRISE NA SAÚDE AFETA ATENDIMENTO NO H.R.T.M E HOSPITAL DA MULHER
Caos
na saúde mantida pelo Estado em Mossoró. Não bastasse a situação dos pediatras
e obstetras do Hospital da Mulher, que suspenderam suas atividades em
consequência do não pagamento dos meses de outubro, novembro e dezembro do ano
passado, bem como janeiro e fevereiro deste ano, a crise se acentuou domingo
que passou (15): o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) registrou incêndio em
consequência de pane no sistema elétrico devido às chuvas registradas na
segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. O quadro remeteu ao desespero de
médicos, enfermeiros, pacientes e familiares, que se viram obrigados a
transferir pacientes que estavam acomodados em leitos da unidade de terapia
intensiva (UTI) por causa da interrupção do gerador.
Ontem,
a direção emitiu uma nota de esclarecimento à sociedade e quis deixar entender
que a culpa da pane elétrica e posterior incêndio tinha sido unicamente por
causa das chuvas. É que, mesmo passado dois meses e 16 dias do novo governo,
não se fez nenhuma melhoria no sistema elétrico do hospital. E, de acordo com o
que foi passado pela direção, o problema maior do quadro vivenciado na unidade
regional foi provocado por falhas estruturais, já que a chuva molhou a caixa
externa que supre os aparelhos de ar-condicionado, e isso teria provocado o
curto-circuito na instalação.
Com
o fogo iniciado, a diretoria chamou o Corpo de Bombeiros e, para evitar
problemas maiores, desligou o sistema elétrico de alguns setores do hospital, o
que atingiu a UTI, sendo preciso que pacientes fossem transferidos para outros
hospitais da cidade, como Centro de Oncologia de Mossoró e Hospital da Mulher.
Aliado
a tudo isso, ainda se tem o fato de que o HRTM está infectado por bactérias que
provocam infecção hospitalar. Como pacientes da UTI foram transferidos, estes
só retornarão, conforme a direção, quando a Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar concluir as atividades de desinfecção total da área.
ATRASO
Não
bastasse a crise do Hospital Regional Tarcísio Maia, o Governo do Estado amarga
outra situação delicada e que envolve o Hospital da Mulher: pediatras e
obstetras suspenderam os atendimentos.
Havia o compromisso do Estado em pagar o
atraso, mas até ontem à tarde não se tinha informações relacionados ao repasse.
Com
a suspensão dos atendimentos, seis recém-nascidos que estavam na unidade de
terapia intensiva neonatal (UTIN) e unidade de cuidado intensivo neonatal
convencional (UCINCO) foram transferidos à Casa de Saúde Dix-sept Rosado, em
Mossoró, e ao Hospital Santa Catarina, em Natal. “Os serviços emergenciais
estão suspensos no setor de pediatria. Os pediatras preferiram na sexta-feira
da semana passada paralisar o setor e só voltarão mediante o pagamento por
parte do Estado de seus vencimentos. Com isso, os pacientes estão sendo
transferidos para outras unidades na cidade e no Estado”, disse Hugmara
Fonseca, da diretoria do HM.
A
questão é que não existe nenhum cronograma relacionado ao pagamento. Fala-se
nos meses da atual administração, mas os profissionais querem receber os três
meses do ano passado. Alega-se que o problema seria da gestão anterior. O
repórter tentou conversar com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual
de Saúde Pública (SESAP), mas não obteve êxito.
FONTE:
Edilson Damasceno - JORNAL DE FATO
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