RN CONTA COM 215 HOMENS DA FORÇA NACIONAL PARA ATUAR EM PRESÍDIOS
O
Rio Grande do Norte está com 215 militares da Força Nacional à disposição para
buscar uma solução para a onda de rebeliões que atinge o sistema penitenciário
potiguar. A atuação dos profissionais não foi detalhada pela Secretaria de
Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), que promoverá uma entrevista
coletiva nesta quarta-feira (18) na Escola do Governo com a presença da titular
da Sesed, Kalina Leite e da secretária Nacional de Segurança Pública (Senasp),
Regina Miki.
Os
militares começaram a chegar durante a manhã, quando 79 homens desembarcaram na
Base Aérea de Natal. Durante a tarde, grupos de 51 e 25 policiais chegaram em
voos separados. Os outros 60 integrantes da Força Nacional chegaram de Maceió
em 25 carros que serão usados no reforço da segurança do Rio Grande do Norte.
Está
prevista para esta quarta-feira (18) a chegada de 36 policiais rodoviários
federais do efetivo de estados nordestinos para reforçar a segurança nas
rodovias federais da Grande Natal e de Mossoró, na região Oeste potiguar.
Ao
todo, 14 das 33 unidades prisionais potiguares foram alvos de motins desde a
semana passada. Até o início da noite desta terça, uma rebelião na Cadeia
Pública de Caraúbas ainda estava em andamento. O G1 também tentou contato com a
direção da Cadeia Pública de Nova Cruz, mas até as 21h não confirmou o término
da rebelião. Além dos presídios, um motim está em andamento no Centro Educacional
de Caicó, na região Seridó, onde dois socioeducadores são mantidos reféns por
25 menores infratores.
Onda
de rebeliões
A
onda de rebeliões que acontece no sistema penitenciário potiguar começou na
última quarta-feira (11). Na Zona Norte de Natal, quatro unidades registraram
rebeliões: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João
Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção
Provisória da Zona Norte (CDP).
Também
aconteceram revoltas no Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste
de Natal; na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta; no Presídio
Estadual Rogério Coutinho Madruga, também em Nísia Floresta; e na Penitenciária
Estadual de Parnamirim (PEP), em Parnamirim.
No
interior foram registradas revoltas na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em
Mossoró; na Cadeia Pública de Mossoró; no Centro de Detenção Provisória de São
Paulo do Potengi, na região Agreste; e na Penitenciária Estadual Desembargador
Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó. Até às 21h desta terça
estavam em andamento rebeliões nas cadeias públicas de Caraúbas e Nova Cruz.
Reinvidicações
Uma
TV e um ventilador em cada uma das celas, roupas e tênis para jogar bola na
quadra e material de artesanato estão entre as reivindicações dos detentos do
presídio estadual Rogério Coutinho, em Nísia Floresta, na Grande Natal.
Os
pedidos dos presos, que fazem uma série de rebeliões desde a semana passada,
estão em uma carta obtida com exclusividade pelo G1.
Além
da carta, detentos gravaram vídeos em que fazem uma série de exigências, como a
saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas (veja
abaixo). Esta é a maior unidade prisional do estado e apontada como foco do
início das rebeliões.
A
situação levou à exoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania
(Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho, e o governo decretou situação de
calamidade no sistema prisional.
A
Secretaria de Segurança Pública afirma que "não vai negociar com
preso".
Segundo
o Ministério Público, a população carcerária no Rio Grande do Norte é de
aproximadamente 7.650 pessoas, mas o Estado tem cerca de 4 mil vagas.
Em
entrevista à Inter TV Cabugi, a secretária de Segurança Pública e Defesa Social
do Rio Grande do Norte, Kalina Leite Gonçalves, afirmou que não vai negociar
com os presos. "O que o poder público tem que fazer é garantir os direitos
constitucionais. Agora, nenhuma possibilidade de negociação com preso",
disse ela.
FONTE:
G1 RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário